EDIÇÃO EXTRA DA RUA JUDAICA
Texto Completo da Carta de Ronald S. Lauder, Presidente do World Jewish Congress, para o Presidente Obama
15 de abril de 2010
Caro Presidente Obama:
Eu escrevo hoje como um americano orgulhoso e como um judeu orgulhoso.
Judeus de todo o mundo estão preocupados. Estamos preocupados com as ambições nucleares do regime iraniano que se gaba das suas intenções genocidas contra Israel. Estamos preocupados porque o Estado Judeu está sendo isolado e deslegitimado.
Senhor Presidente, estamos preocupados com a dramática deterioração das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Israel.
A burocracia israelense sobre habitações emitiu um anúncio inoportuno e o seu governo o estigmatizou como sendo um "insulto". Esta discrepância diplomática era em relação a uma etapa, que é a quarta de um processo de sete etapas de planejamento para uma futura permissão para a construção de resid&ecir c;ncias em uma área judaica de Jerusalém a qual, em qualquer acordo de paz continuaria a ser parte integrante de Israel.
Nossa preocupação aumenta ao nível de alarme quando consideramos algumas questões preocupantes. Por que a ênfase da retórica da Administração para o Oriente Médio parece culpar Israel pela falta de progresso nas conversações de paz? Pois são os palestinos e não Israel, que se recusam a negociar.
Israel já fez concessões sem precedentes. Colocou em vigor a maior e mais ampla moratória sobre assentamentos em relação à Cisjordânia da história de Israel.
Israel já declarou publicamente o seu apoio para uma solução de dois Estados. Por outro lado muitos palestinos continuam a recusar até mesmo o direito da existência do Estado de Israel.
A causa b&aacu te;sica do conflito tem sido sempre a recusa dos palestinos em aceitar Israel como a nação do povo judeu. Todo presidente americano que tentou mediar um acordo de paz colidiu, mais cedo ou mais tarde com a intransigência palestina. Lembre-se da angústia do presidente Clinton quando as suas propostas de paz foram rudemente rejeitadas pelos palestinos em 2000. Portanto os assentamentos não são a questão principal.
E ainda agora continuam a não ser a questão principal.
Outra questão importante é esta: qual é posição da Administração em relação às fronteiras para um acordo final? A ambiguidade sobre este assunto tem provocado uma onda de boatos e de ansiedade. Poderia ser verdade que a América já não está comprometida para um acordo sobre um estatuto final que assegure fronteiras defensáveis para Israel? Seria um novo rumo sendo traçado o qual deixaria Israel com fronteiras indefensáveis, que eram um convite para invasões antes de 1967?
Existem pressões significativas do lado palestino para que utilize essas fronteiras indefensáveis como a base para uma futura declaração unilateral de independência. Como responderia os Estados Unidos a tal curso de ação imprudente?
E quais são as ambições estratégicas dos Estados Unidos num aspecto mais amplo no Oriente Médio? O desejo para melhorar as relações com o mundo muçulmano pela Administração é bem conhecido, mas o atrito com Israel é parte desta nova estratégia? O agravamento das relações com Israel poderia melhorar as relações com os muçulmanos? A História é clara sobre o assunto: o apaziguamento não funciona . Pode alcançar o oposto do que se propõe.
E sobre o personagem mais perigoso na região? Não deveria os Estados Unidos permanecer focado na maior ameaça que o mundo enfrenta atualmente? È a ameaça de um Irã com armas nucleares. Israel é o principal aliado da América no Oriente Médio, e é um dos mais comprometidos com esta Administração com o propósito de assegurar que o Irã não consiga armas nucleares.
Senhor Presidente, nós entendemos a sua sinceridade na sua busca para uma paz duradoura. Mas nós recomendamos com insistência para que leve em consideração as preocupações expressas acima. O nosso grande país e o pequenino Estado de Israel têm em comum os valores fundamentais da liberdade e da democ racia. É um vínculo muito estimado pelo povo judeu. Neste espírito, a meu ver, mui respeitosamente, apresento que é hora de acabar com a nossa animosidade pública com Israel e para enfrentarmos juntos os verdadeiros desafios que estão a nossa frente.
Atenciosamente,
Ronald S.Lauder
Presidente
Congresso Judaico Mundial
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